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As primeiras imagens do índio brasileiro no espaço europeu: a Adoração dos Reis Magos de Ulrich Apt o Antigo do retábulo de Santa Cruz de Augsburgo

Maria José Goulão
2012
14 páginas

Os Descobrimentos implicaram o colapso de um mundo eurocêntrico e a construção de uma nova imagem da humanidade assente em diferentes conceções dos habitantes dos novos territórios. A iconografia do índio brasileiro remete para uma visão contraditória ao situar os indígenas do Novo Mundo nos extremos da escala ontológica. Algumas das representações do índio revelam um discurso evangelizador, crente nas utopias religiosas e na reconstrução da Igreja primitiva, apresentando-o como um ser primitivo, inocente e puro, não contaminado pelos vícios da civilização ocidental. Outras, pelo contrário, descrevem o indígena como bárbaro e selvagem, filosofia necessária para legitimar o imperialismo civilizador europeu. Ao contrário do que afirmam alguns autores, os relatos acerca do índio brasileiro tiveram repercussão na Europa. Entre outras, trataremos de uma obra de 1510 e conservada no Museu do Louvre, praticamente desconhecida, onde surge a figuração de um índio brasileiro como Rei Mago.


Palavras-chave: iconografia; índio brasileiro; Descobrimentos; século XVI; pintura alemã