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A “obra romana” na ourivesaria portuguesa do século XVI. O Inventário da Prata do Convento de Palmela de 1555

Ana Cristina Correia de Sousa
2011
17 páginas

Nos inventários dos tesouros das catedrais, conventos e mosteiros portugueses redigidos ao longo do século XVI, bem como nas Visitações levadas a cabo pelas Ordens Militares de Avis, de Cristo e particularmente de Santiago às igrejas da sua alçada, as expressões “ao romano, lavrado de romano, de lavor romano” repetemse com alguma frequência, embora o seu significado não seja claro e difícil o seu entendimento. O tema tem merecido alguma reflexão, na historiografia da arte, sobretudo nos âmbitos da pintura e da arquitetura e menos no da ourivesaria. Procuraremos, neste estudo, explanar algumas ideias sobre a aplicação do termo “romano” na ourivesaria sacra ao longo dos três primeiros quartéis do século XVI, tomando como ponto de partida as informações transcritas e recolhidas no Livro da prata e ornamentos do Convento de Palmela, Ordem de Santiago, datado de 1555. As descrições dos objetos litúrgicos nele arrolados patenteiam o confronto de ideias e gostos que marcaram a ourivesaria portuguesa neste século pleno de mudanças, observando-se um encontro harmonioso entre as peças góticas e renascentistas decoradas “ao romano”.


Palavras-chave: ourivesaria tardo-medieval e renascentista; ourivesaria sacra; “ao romano”; visitações e inventários; convento de Palmela