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Jorge Sampaio

Jorge Sampaio iniciou a sua carreira política na altura em que era estudante na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa. Esteve envolvido na contestação ao regime Salazarista e foi líder da associação académica da faculdade (AAFDL) entre 1960 e 1961. Após a sua graduação em 1961, Jorge Sampaio iniciou uma carreira notável como advogado, muitas vezes envolvido na defesa de prisioneiros políticos.

Após a Revolução dos Cravos de 25 de Abril de 1974, Jorge Sampaio foi fundador do Movimento de Esquerda Socialista (MES), mas abandonou o projecto pouco depois. Em 1978 aderiu ao PS, o Partido Socialista, onde permanece até hoje. A sua primeira eleição como deputado por Lisboa na Assembleia da República foi em 1979. Entre este ano e 1984, foi membro da Comissão Europeia para os Direitos Humanos, onde desempenhou um trabalho importante nessas matérias. A 3 de Agosto de 1983 foi feito Grande-Oficial da Ordem do Infante D. Henrique.

Entre 1986 e 1987, foi presidente do Grupo Parlamentar do Partido Socialista. Em 1989 foi eleito Secretário-Geral do partido, um posto que deteve até 1991. Também em 1989, Jorge Sampaio foi eleito presidente da Câmara Municipal de Lisboa, tendo sido reeleito em 1993.

Em 1995, Jorge Sampaio anunciou o desejo de se candidatar à Presidência da República. Ganhou a eleição logo na primeira volta, contra Aníbal Cavaco Silva, o anterior primeiro-ministro, e foi eleito presidente em 14 de Janeiro de 1996. Tomou posse deste cargo a 9 de Março. Após um primeiro mandato sem controvérsias, foi re-eleito Presidente em 14 de Janeiro de 2001.

Como presidente, a sua acção destaca-se nos aspectos sociais e culturais. As suas intervenções presidenciais foram reunidas nos livros Portugueses I, II, III, IV, V e VI. No domínio económico, impulsionou a criação da COTEC Portugal. Na cena política internacional, Sampaio foi um importante contribuidor para a tomada de consciência da causa pela Independência de Timor-Leste.

A presidência de Jorge Sampaio marcou-se sempre por um senso firme de prudência e moderação, um estilo que lhe assegurou um primeiro mandato sem controvérsias. Em 2004, porém, a sua decisão de não convocar eleições antecipadas após a resignação do primeiro-ministro Social-Democrata José Durão Barroso foi contestada por todos os partidos de esquerda e acabou por influenciar a decisão de demissão do líder do Partido Socialista Eduardo Ferro Rodrigues. A 9 de Março de 2006, dia em que terminou o seu segundo mandato como presidente da República, foi agraciado, pelo seu sucessor na Presidência da República, Aníbal Cavaco Silva, com o Grande-Colar da Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e com o Grande-Colar da Ordem da Liberdade.

Em Maio de 2006, foi nomeado pelo Secretário-Geral das Nações Unidas Enviado Especial para a Luta contra a Tuberculose. Em 26 de Abril de 2007 foi nomeado Alto Representante da ONU para a Aliança das Civilizações pelo Secretário-Geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon. Em 24 de Janeiro de 2010 recebeu o grau de doutor Honoris Causa da Universidade de Coimbra.

Jorge Sampaio é casado e tem dois filhos. No programa Os Grandes Portugueses, Jorge Sampaio obteve o 80.º lugar.

Dia 11 de Outubro de 2010 recebeu o Doutoramento Honoris Causa pela Universidade de Lisboa aquando das comemorações do centenário da mesma, coincidindo com as comemorações do centenário da República Portuguesa (5 de Outubro).

Obras

CEPESE / Edições Afrontamento
2005
CEPESE / Edições Afrontamento
2005