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Arquiteturas franciscanas das Origens na Mais Estrita Observância portuguesa do século XVI: a lição de Vitrúvio

Susana Matos Abreu
2013
32 páginas

A igreja franciscana Bom Jesus de Valverde (Évora) é uma das mais elevadas conquistas da arquitetura portuguesa de Quinhentos inspirada nos tratados renascentistas. Contrasta com outros edifícios coevos da Mais Estrita Observância (como por ex., os conventos franciscanos da Arrábida ou de Santa Cruz de Sintra), opondo a sua geometria erudita ao uso chão de materiais pobres em projetos orgânicos de carácter acidental. Considerando que não terá havido diferenças significativas de contexto, espiritual ou cultural, na formulação de ambos os tipos de arquitetura, o presente estudo questiona o seu eventual acordo teórico.

Tal acordo é encontrado no tratado De Architectura de Vitrúvio, designadamente na sua narrativa principal acerca das origens da disciplina. Aqui sugerimos que a lição de Vitrúvio terá sido colhida, tanto da sua abordagem histórica ao desenvolvimento da arte da construção, quanto da sua formulação acerca objeto disciplinar do ponto de vista epistemológico. Alguns conceitos fundamentais da teoria vitruviana – distributio, symmetria, e decor – são ainda tidos em conta a fim de clarificar como aquela poderia ter sido entendida à luz da espiritualidade da Mais Estrita Observância e seu correlato estilo de vida.


Palavras-chave: Mais Estrita Observância franciscana; arquitetura portuguesa do século XVI; arquitetura conventual; teoria arquitetural de Vitrúvio; arquitetura das origens