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A Dimensão Internacional da Transição Pós-Autoritária em Moçambique: As Proposições de Laurence Whitehead

A investigação sobre a democratização em África é ainda escassa, mas o aprofundamento criterioso desta matéria é do maior interesse para Portugal, que definiu os PALOP como uma das suas prioridades estratégicas. Por Francisco Pavia

Os processos de transição democrática têm sido alvo do interesse crescente de muitos estudiosos das questões políticas internacionais. Segundo alguns autores, encontrar-nos-íamos perante uma “terceira vaga” de democratizações que teria começado precisamente em Portugal a 25 de Abril de 1974 . Existem estudos relevantes sobre este novo ciclo democrático que abrangeu a Europa do Sul, a América Latina, o Leste Europeu e, em menor grau, a Ásia.tendência também se reflectiu em África especialmente a partir da década de 1990.

A investigação sobre a democratização em África é, porém, algo escassa. Ninguém parece negar, todavia, o interesse que o aprofundamento criterioso desta matéria pode representar especialmente para um país como Portugal que definiu, ao longo dos últimos trinta anos, os países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP) como uma das suas prioridades estratégicas. Desde a década de 1990, que mais de metade dos Estados da África subsaariana iniciaram reformas com o objectivo de estabelecerem sistemas políticos de cariz pluralista.

Moçambique não foi uma excepção, e desde meados dos anos de 1980 que podemos encontrar sinais de abertura do regime. O corolário dessa abertura e da subsequente liberalização política foram as primeiras eleições livres e democráticas realizadas no ano de 1994, em Moçambique.

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