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O Livro de Razão dos Contratadores do Tabaco (1721-1724)

António Castro HenriquesJosé Miguel Oliveira
2018
16 páginas

A difusão das partidas dobradas entre os mercadores permanece um importante tópico na História da Contabilidade em Portugal. Neste artigo, os autores analisam o «livro de razão» datado de 1722-1724 que é dos mais antigos entre os guardados na Torre do Tombo no fundo da Junta Autónoma do Tabaco, o organismo fundado em 1674 que administrava o negócio do tabaco.

Combinando a análise desta fonte com a literatura secundária, os autores concluem que foi a mudança da arquitetura institucional do sector tabaqueiro em 1702 que conduziu à adoção do sistema diagráfico. Com efeito, só quando a importação e transformação de tabaco se tornam num monopólio régio arrendado a uma companhia de financeiros privados é que se encontram livros de razão nas fontes conservadas na Junta. Os livros de contas anteriores do fundo desta Junta relevam sobretudo preocupações de controlo de relações de agência.

Com este artigo, os autores esperam ainda chamar a atenção dos historiadores da Contabilidade para o importante e quase desconhecido fundo da Junta Autónoma do Tabaco.


Palavras-chave: História da Contabilidade; partidas dobradas; tabaco; Portugal; História Fiscal