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“Alterações” e “Rixosos”: colonos portugueses numa vila militar no Pará imperial

Eliana Ramos Ferreira
2010
12 páginas

As motivações que impulsionaram a mobilidade de grupos consideráveis de portugueses são diversas, ao longo do tempo desses deslocamentos, e foram tanto por razões estruturais quanto conjunturais. Uma delas relaciona-se com as políticas dos governos brasileiros para esse trabalho, notadamente em meados do século XIX, que incentivaram a fixação de novos colonos [ . . . ] que se propusessem ao cultivo da terra.

Uma dessas políticas se fez necessária quando pressões internas e externas sinalizavam a mudança no tipo da força de trabalho utilizado na produção, o que colocou em xeque a extinção formal do então chamado infame tráfico negreiro, em 1850. O problema da substituição da mão de obra escrava na organização do trabalho rascunhava um quadro de mudanças estruturais que se apresentava na organização da produção, bem como em outros níveis da organização social do trabalho no império, pedindo medidas e decisões políticas objetivando uma solução compatível com tão profundo problema. A extinção do tráfico de escravos levou o Estado Imperial à procura de fontes alternativas de mão de obra.