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A Câmara Municipal do Porto e a construção do espaço urbano da cidade (1820-1860)


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Lapa, Rua
1834-08-07
Resposta da Câmara ao Provedor, com a remessa do orçamento que indicava quais as obras em que se tinham despendido os 400$000 réis vencidos, quais as obras que atualmente se achavam em andamento e que deviam progredir por serem de urgente necessidade pública, e quais as despesas que elas iriam ter até ao final do ano, até ao limite de 5:700$000 réis.
¶ No relatório da estadia de Suas Majestades, refere-se um pavilhão que a Câmara mandou preparar no cais da Ribeira. Dali, dirigiram-se em corpo até à praia onde tinham mandado edificar e alcatifar uma lingueta de madeira, para o desembarque de Suas Majestades, que foram recebidos debaixo de um pálio e conduzidos para o pavilhão. Pelo caminho, "a Municipalidade tinha mandado levantar arcos triunfais com emblemas alusivos, até à Real Capela da Lapa onde tornou a receber Suas Majestades debaixo do pálio até à porta da Igreja".
1835-02-06
Portaria a indicar que o coração de Sua Majestade Imperial se depositasse na Real Capela da Lapa, em consequência da qual se ordenou que a arrumação da Sé fosse transferida para aquela capela.
1835-09-09
Escreveu-se ao Brigadeiro Paulet e ao Presidente da Associação Comercial, em observância da portaria de 27 de julho, para no dia de amanhã assistirem à conferência que há de ter lugar a respeito da Rua Ferreira Borges.
¶ Escreveu-se ao Coronel do Regimento n.º 18 para "proibir aos soldados que lavassem roupa na Fonte da Lapa".
¶ Escreveu-se ao Provedor, para fazer "apear os piões que se acham na rua junto às portas de Domingos José de Freitas, de António Francisco Guimarães e da Viúva de José Anastácio, ao Poço das Patas, e todos os que se acham nas ruas do Loureiro e dos Fogueteiros; bem como para fazer remover os entulhos que José Ferreira dos Santos Silva fez amontoar na Rua dos Ingleses, e umas pedras que se acham à porta de um tintureiro chamado Fava".
1836-04-13
Portaria do ministro do Reino a participar a chegada à capital do Príncipe D. Fernando, esposo da Rainha e ordenando, em consequência, todas as demonstrações de júbilo por tão fausto acontecimento. Deliberou-se que no dia 27 às cinco horas da tarde se celebrasse um Te Deum na Real Capela da Lapa; e que se convidassem os habitantes a iluminar as suas moradas na noite desse dia, visto que eles espontaneamente as haviam iluminado nas três noites seguintes à notícia telegráfica.
¶ Nomeou-se uma comissão composta do Presidente e dos vereadores Andrade e Guilherme, para proporem o melhor método de levar a efeito o Mercado do Anjo.
1836-10-01
Ofício do Provedor dos Expostos, participando que se tinha verificado no dia 23 do mês passado a mudança dos expostos e a sua administração para o novo edifício da Cordoaria, e ao mesmo tempo requisitando várias providências a bem do mesmo edifício e expostos.
¶ Mandou-se participar ao administrador geral que a Câmara não foi quem designou o local que atualmente serve de cemitério à Paróquia de Massarelos, e que não encontrava terreno próprio e acomodado que interinamente sirva para o mesmo fim.
¶ Resolveu-se que se vendesse em benefício do Concelho um terreno a Ana Luísa da Cunha, por baixo da Alameda da Lapa, pela quantia de 40 mil réis que foi avaliado, lavrando-se a competente escritura.
1839-12-07
Deliberou-se na sessão precedente mandar afixar um edital, aprovado na mesma sessão, proibindo todos os cemitérios existentes à exceção dos cemitérios da Lapa e dos Ingleses.
1842-01-12
Ofício do secretário da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa requisitando a construção de um aqueduto em frente do quartel militar de Santo Ovídio, oferecendo a posse e domínio do monte em frente da Igreja, para a Câmara concluir o passeio ali começado, dentro do espaço de dois anos, e pretendendo aforar o terreno público do lado da Rua de S. Brás. Deliberou-se ficar-se adiada a resolução sobre este objeto.
1842-03-03
Ofício para se deliberar definitivamente acerca das despesas que convinha fazer-se com as obras públicas, visto não haver recursos no cofre municipal, quer fosse por despedimento de operários ou diminuindo as obras, conforme fosse mais acertado. Após meditação, decidiu-se diminuir o número de operários para 140 e que ainda fosse reduzido este número para 120, logo que terminasse a obra da Rua das Flores. O vereador Albuquerque foi de voto contrário, declarando que enquanto não houvesse meios, de obras, fossem reduzidas somente a 3, a saber: a da Rua das Flores, Praça de D. Pedro e o matadouro.
¶ Por esta altura decidiu-se "acerca do número de pedreiras que deviam ficar a substituir a do Monte Pedral, que devia fornecer a pedra para a obra do matadouro, a da Rua 24 de Agosto para a obra da Rua de S. Lázaro, a da Lapa ou Rua da Rainha para as obras da Rua da Rainha e Almada, a da Rua da Restauração para as obras da Praça de D. Pedro, Flores, Ferraria de Cima e Virtudes".
1851-01-23
Ofício da Freguesia de Santo Ildefonso, participando ter efetuado o embargo judicial na obra de um poço que Francisco Ferraz Costa andava abrindo no interior do seu prédio, n.º 31 da Rua dos Três Reis Magos, por ser aberto junto a uma mãe de água pertencente ao público, embargo este a que procedera em virtude da parte que oficialmente lhe fora dado pelo diretor dos zeladores.
¶ Ofício do diretor da Irmandade de Nossa Senhora da Lapa, para se mandar suspender os trabalhos da pedreira junto à Alameda da Lapa, por carecer a Irmandade de pedra para a obra das torres da igreja, a qual pretendia mandar quebrar na dita pedreira. Deliberou-se responder que a Irmandade nenhum domínio tinha na referida pedreira, que era propriedade municipal, por força da escritura de 28 de maio de 1800.
1851-08-14
Deliberou-se dirigir-se um ofício ao comandante desta divisão militar, para que ele houvesse de dar as suas ordens a fim de que o comandante dos Corpos estacionados no quartel do Campo da Regeneração não obstassem à obra de um cano transversal que a Câmara pretendia mandar construir na Rua da Lapa, para conduzir, as águas imundas e despejos das latrinas do mesmo quartel, ao aqueduto geral que ali se estava concluindo, e bem assim para que ordenasse que as referidas latrinas se conservassem limpas e despejadas.
1852-01-16
Ofício do juiz eleito da Freguesia de S. Nicolau remetendo a certidão de notificação feita a D. Margarida Gomes de Morais para demolir a barraca próxima ao Postigo dos Banhos, cumprindo desta sorte com o que lhe fora ordenado em ofício de 31 de dezembro.
¶ Ofício do Barão de S. Lourenço relatando o acontecido na noite de 11 do corrente, em que os grandes enxurros da Rua da Restauração arrastaram grandes pedras contra os telhados e cercas adjacentes aos armazéns do Cais Novo, com iminente risco da Guarda Militar, cuja casa ficara arruinada por causa dos mesmos enxurros, pedindo por isso providências, especialmente a respeito do paredão da mesma rua que ameaçava maiores perigos. O Presidente declarou ter mandado proceder às averiguações necessárias pelos mestres das obras, a fim de se tomarem as medidas precisas para precaver desastres futuros, procedendo-se aos reparos necessários.
¶ Do Marechal de Campo Francisco Xavier Ferreira, relatando o mesmo acontecimento e pedindo que se mandasse proceder a vistoria e obras indispensáveis, para segurança da Guarda estacionada junto aos armazéns do Cais Novo.
¶ Do coronel comandante do Regimento de Infantaria n.º 2 pedindo que, da pedreira da Lapa, lhe fossem fornecidas duas lajes para conserto de um dos canos no interior do quartel. O Presidente disse já ter dado ordem ao respetivo mestre.
¶ A comissão encarregada de dar o seu parecer sobre a pretensão de Teixeira & Companhia, que projetavam estabelecer uma fábrica de louça na Rua do Príncipe, apresentou o seu parecer no qual propunha a revogação da postura sobre fábricas de louça publicada em Edital de 28 de junho de 1843. Sendo aberta discussão sobre o mesmo parecer, ventilou-se se este negócio devia ou não ficar adiado. Resolveu-se pela negativa, sendo contudo de voto pelo adiamento os vereadores Valente, Martins da Cruz e Dias Guimarães. Discutindo-se, pois, sobre a revogação ou não revogação da postura, deliberou-se que a postura fosse revogada e que a dita comissão fosse encarregada de formular a proposta de reforma da dita postura, para poder subir à aprovação do Conselho de Distrito.
¶ Resolveu-se que, nos requerimentos sobre obras de particulares que houvessem de ser remetidos à Junta das Obras da Cidade, se declarasse no despacho ser necessária a audiência do vereador fiscal.
1852-04-14
Ofício participando a resolução da Rainha em visitar as províncias do norte do Reino em companhia do Rei, indicando o itinerário que tencionava seguir e, por conseguinte esperava que a Câmara não deixaria de empregar todos os esforços e os meios ao seu alcance para que preparasse uma brilhante receção. Resolveu-se desde logo: Que se dessem todas as demonstrações de regozijo público, convidando para isto, por meio de um edital, os habitantes desta cidade, a fim de adornarem suas janelas, alcatifarem as ruas do trânsito com ervas aromáticas, a iluminarem as testadas de seus prédios por três noites consecutivas, e darem todas as mostras de regozijo que lhe sugerisse a afeição pela Real Família; Que se construísse no Largo da Ribeira, à entrada da Rua de S. João, um arco com sua porta, por onde Sua Majestade tinha de entrar, depois de lhe terem sido entregues as chaves da Cidade, "fazendo-se fora do dito arco e no referido largo uma barraca, onde esta cerimónia devia ter lugar"; Que se celebrasse um solene Te Deum em ação de graças, no mesmo dia da chegada de Sua Majestade, na Real Capela da Lapa; Que se preparasse com toda a decência o Palácio chamado dos Carrancas, espontaneamente cedido por seu dono, para nele residirem Suas Majestades e Altezas enquanto estivessem nesta cidade; Que se nomeassem pessoas respeitáveis e influentes nas ruas por onde tem de passar o cortejo para, em comissão, promoverem todas as demonstrações de regozijo e festejo entre os moradores das ruas por onde tem de transitar Sua Majestade; Que se construísse no centro da Praça de D. Pedro um obelisco para ser iluminado, bem como toda a Praça em circunferência, durante as primeiras três noites.
1854-07-13
Ofício do governador civil participando que o Conselho Filial de Beneficência sobre proposta da comissão administrativa do Asilo de Mendicidade resolvera que se solicitasse da Câmara permissão para em certos dias da semana se colocarem cadeiras na Praça do senhor D. Pedro, Jardim de S. Lázaro, Passeio das Fontainhas, Alameda da Lapa ou em qualquer outra praça, passeio ou largo a fim de que os indivíduos que delas se aproveitarem contribuam com a esmola que a sua filantropia e caridade lhes ditarem para ajuda da sustentação dos mendigos recolhidos no dito asilo; deliberou-se unanimemente conceder a permissão pedida e oficiou-se ao governador civil comunicando-lhe esta resolução e que a Câmara deixava entregue ao zelo e solicitude do Conselho Filial de Beneficência o formar o regulamento para ser guardada a boa ordem na colocação das cadeiras sem prejuízo e estorvo do trânsito público; em consequência desta deliberação oficiou-se ao 2.º Bibliotecário para designar o local debaixo da Arcaria do edifício da Biblioteca para serem recolhidas as cadeiras e recomendasse à guarda para que vigiasse na sua conservação.
¶ Circular dando conta de que em portaria do Ministério das Obras Públicas de 27 de junho findo fora declarado que devendo ser considerados como bens nacionais os leitos das estradas abandonadas em consequência das novas diretrizes adotadas, não estão as Câmaras autorizadas a aforar ou dispor de porção alguma desses leitos, antes devem obstar a que os particulares se apropriem de qualquer porção desses terrenos.
¶ Ofício do mesmo transmitindo os acordos do Conselho de Distrito de 28 de junho autorizando a Câmara a levar a efeito os contratos que tem convencionado com a Ordem 3.ª do Carmo e com a Associação dos Banhos quentes da Rua de Santo António constantes dos extratos da ata de vereação de 8 do mesmo mês de junho; deliberou-se que se lavrassem as escrituras dos respetivos contratos.
¶ Outro do mesmo transmitindo a cópia da portaria do Ministério do Reino de 6 do corrente relativa à projetada mudança da Biblioteca Pública, Academia de Belas Artes e Museu Portuense para o edifício da Graça, a fim de estabelecer-se no edifício do extinto convento de Santo António da Cidade o Hospital Militar existente no edifício de S. João Novo o qual pela carta de Lei de 18 de abril último foi o Governo autorizado a vender, para que a Câmara houvesse de responder o que se lhe oferecesse sobre o assunto.
¶ Do Barão de Grimancelos acusando o ofício de 7 do corrente e declarando que em data de 16 de maio oficiara ao general comandante desta divisão militar informando favoravelmente o projeto desta Câmara sobre a demolição de uma barraca e muro na rampa junto ao castelo e não tendo tido resposta ao mesmo ofício, logo que ele lhe chegasse às mãos a comunicaria à Câmara.
¶ Deliberou-se que de novo fosse colocada a porta de ferro à entrada da Viela do Anjo pelo lado da Rua do Souto, ficando uma chave em poder da Câmara.
1855-01-04
Ofício do governador civil convidando o Presidente a comparecer acompanhado de alguns vereadores no dia 29 de dezembro pela uma hora da tarde no edifício da Academia Politécnica desta cidade aonde ele governador civil tencionava aparecer para se examinar se no mesmo edifício haviam as acomodações precisas para nele se estabelecer a Biblioteca Pública, Academia de Belas Artes e Museu mandadas sair do edifício de S. Lázaro para nele ter assento o Hospital Militar desta cidade; o Presidente declarou ter comparecido com alguns dos seus colegas e que em companhia do governador civil se procedera a exame no referido edifício.
¶ Pereira Reis apresentou o projeto de resposta ao ofício do governador civil de 10 de julho do ano próximo passado sobre a mudança da Biblioteca, Academia de Belas Artes e Museu para o edifício em que se acha a Academia Politécnica no qual se expunha que a mudança não podia verificar-se nem ter lugar pelas razões que se apontavam; este projeto de resposta foi unanimemente aprovado.
¶ Acordou-se em alterar a resolução camarária já tomada acerca da aplicação da segunda série do empréstimo emitida até à quantia de 24:200$000 réis, substituindo algumas das obras que se havia resolvido empreenderem-se pelo produto da referida série do empréstimo, e que se não começaram, por outras que se tornavam mais indispensáveis, sendo portanto deliberado que as obras que tinham a fazer-se pela dita série do empréstimo fossem as seguintes: a obras da Rua da Rainha, desse a Rua da Lapa até entroncar com a estrada de Braga, feito o calcetamento pelo sistema de Macadame, aplicando-se para esta obra a quantia de 1:200$000 réis, deduzida da verba de 6:000$000 réis votada para as obras das ruas das Hortas, Almada, Campo da Regeneração e Rua da Rainha; a obra da rua desde a das Flores pelo Largo de S. Domingos e S. Crispim a ligar com a Rua de S. João pelo sistema de Macadame, aplicando-se para ela a quantia de 300$000 réis deduzida da verba de 1:300$000 réis votada para a obra da Rua das Flores; a obra da Rua 23 de Julho feita em parte pelo sistema de Macadame e no resto pelo sistema de calcetamento de pedra, aplicando-se para esta obra a quantia que lhe está votada de 2:800$000 réis; a obra das ruas das Taipas e Belomonte, feitas pelo sistema de Macadame, aplicando-se para esta obra a quantia que lhe está votada de 2:000$000 réis; a obra da Rua Ferreira Borges feita pelo sistema de macadame, aplicando-se para esta obra a quantia que lhe está votada de 1:000$000 réis; a obra da construção de um aqueduto através do Campo do Hospital da Misericórdia aplicando-se para esta obra a quantia que lhe está votada de 4:000$000 réis, sendo efetuada esta obra de acordo com a Mesa da Santa Casa da Misericórdia; a obra de exploração de minas para aumento do manancial de águas em Paranhos e expropriações necessárias de alguns prédios naquele local, aplicando-se para esta obra a quantia que lhe está votada de 8:000$000 réis; a obra da Rua de Lordelo do Ouro desde a Igreja de Lordelo até ao rio, feita pelo sistema de Macadame, aplicando-se para esta obra a quantia que lhe está votada de 2:000$000 réis; a obra de encanamentos, chafarizes e fontes novas, aplicando-se para ela a quantia de 2:900$000 réis deduzida da verba de 7:000$000 réis votada para as obras desta natureza, ficando contudo dependentes da aprovação do Conselho de Distrito as plantas e orçamentos do que tiver de fazer-se. Resolveu-se por esta ocasião que o arquiteto fizesse uma exposição em que desenvolvesse os planos e métodos porque tinham de fazer-se as mencionadas obras a fim de ser tudo submetido ao conhecimento e aprovação do Conselho de Distrito ao qual se devia expor que a Câmara deliberara alterar a relação das obras a efetuar pela segunda série do empréstimo e que foram relacionadas no ofício de 22 de maio do ano próximo passado, substituindo-as pelas obras constantes da relação supra mencionada.
1855-08-18
Acordou-se em emitir-se uma 3.ª série de empréstimo pela quantia de 17:700$000 réis para pelo produto dele se realizarem algumas das obras compreendidas na relação adjunta no Decreto de 24 de dezembro de 1852 a saber: a obra da calçada dos Clérigos calçada por cubos de palmo na largura de 30 palmos = 1:500$000 réis; a Rua de Cedofeita, sua conclusão pelo sistema de Macadame até à Rua da Boavista = 3:000$000 réis; a Rua Formosa feita pelo sistema de Macadame 2:000$000 réis; a Rua das Flores até ao Largo de S. Domingos, a obra de aqueduto na parte em que o não tem e o possível melhoramento da calçada 1:000$000 réis; construção de novas fontes e encanamentos de água 4:100$000 réis; obra do Campo da Regeneração até ao Largo da Lapa, e Rua da Rainha desde o Largo da Lapa até à Rua 27 de Janeiro cuja importância tem de sair da verba de 6:000$000 réis designada para a Rua das Hortas, Almada, Campo da Regeneração e Rua da Rainha pelo sistema de Macadame 2:100$000; a Rua do Bonjardim pelo sistema de calçada 3:600$000 réis; a obra do Largo da Feira pelo sistema de calçada 400$000 réis. E realizado que fosse esta nova série de empréstimo para a qual se deviam fazer prévios anúncios, devia a Junta das Obras apresentar os planos delas e seu desenvolvimento como lhe fora incumbido nesta sessão para em seguida se solicitar do Conselho de Distrito a precisa autorização para serem levadas a efeito as referidas obras ou por arrematação ou por administração municipal como melhor e mais conveniente fosse a bem do Município.
¶ Resolveu-se solicitar do Conselho de Distrito a devida autorização para aplicar a quantia de 1:230$000 réis, resto dos 2:900$000 destinados pela 2.ª série para encanamentos, chafarizes e fontes para que junta com a quantia de 4:100$000que perfaz o total de 5:330$000 possa ser destinada para o mesmo efeito conforme o orçamento da Junta.
¶ Ofício de Eduardo Moser declarando que a venda se faria por 1:400$000 réis.
¶ Resolveu-se dirigir um ofício ao governador civil representando a necessidade da Câmara Municipal de Gaia ser compelida a montar um hospital de coléricos naquele concelho ou concorresse com a quantia que lhe fosse arbitrada para ajuda do custeamento das despesas do hospital.
1855-09-20
Outro do mesmo comunicando à Câmara ter a Santa Casa da Misericórdia concorrido com 500$000 réis para a sustentação do Hospital dos coléricos lembrando a necessidade de que a Câmara entrasse com outra igual quantia.
¶ Do Delegado do Conselho de Saúde Pública remetendo um requerimento dos moradores da Rua da Lapa, que pedem pelas razões, que nele expõem, que voltem ao seu antigo estado as latrinas do quartel de Santo Ovídio ou que se dê maior expedição ao aqueduto geral; mandou-se remeter à Junta das Obras da cidade para informar.
¶ O vereador Gomes dos Santos propôs que o vice-presidente acompanhado dos fiscais da iluminação se incumbisse de harmonizar com os diretores da Companhia Portuense de Iluminação a Gás, a melhor, mais regular e vantajosa distância na colocação dos lampiões, de tal forma que se ganhasse maior porção de luz nas ruas e praças da cidade, ficando desde já autorizado a deliberação anterior da Câmara a respeito das referidas distâncias, podendo-as diminuir como muito bem julgasse; foi aprovada unanimemente.
¶ Resolveu-se que fosse demolido pelos operários da Câmara o 2.º andar da casa n.º 15 e 16 sita na Rua da Alfândega pertencente a Manuel Guedes da Silva da Fonseca em vista do seu mau estado e ameaçadora ruína como se verificou em vistoria de 22 de junho, a intimação feita para esse fim ao proprietário em 25 do mesmo, e o ofício que se lhe dirigiu em 17 de agosto próximo passado.
1857-11-19
Ofício do administrador do 2.º Bairro pedindo providências para serem desobstruídos os aquedutos das ruas da Lapa e Germalde cujas bocas de lobo se achavam completamente tapadas, causando grande incómodo aos moradores vizinhos pelo amontoado das imundices; incumbiu-se o vereador fiscal para desobstruir os ditos aquedutos.
¶ Araújo Lobo requereu para que se declarasse na ata presente, que o seu voto fora contrário ao despacho proferido no requerimento de João Francisco de Morais que pretendia continuar na edificação do seu prédio na Rua de D. Pedro seguindo o ensoleiramento subordinado ao rebaixe do pavimento da mesma rua e em harmonia com o ensoleiramento das casas novamente edificadas do lado do poente da mesma rua.
1859-03-03
A Irmandade de Nossa Senhora da Lapa e o Regimento de Infantaria n.º 5 estavam interessados em acabar com o estado de abandono do Passeio da Alameda da Lapa, e até contribuiriam com dinheiro. A Câmara do Porto afirmou que no próximo orçamento incluiria uma verba para o melhorar, mas precisava de saber quanto estavam os outros dois interessados dispostos a dar.
¶ Pede-se que se mande picar as escadas do Pinheiro, que estavam demasiado polidas e davam lugar a quedas. O mestre José Luís Nogueira iria tratar disso.
¶ Fala-se do desaprumo do muro a seguir à casa da Assembleia Portuense, na Travessa da Trindade até à Rua do Almada, que ameaçava ruir e ferir os empregados do Município que estavam ali a fazer a obra do passeio. A propriedade era de D. Rita Carolina Braga da Costa Lima.
1861-05-02
"Mandou que se oficiasse ao juiz eleito da freguesia da Foz para proceder a embargos na obra de um poço que José Cardoso, da Rua da Senhora da Luz, andava abrindo e com o qual, segundo se dizia, prejudicada consideravelmente a água da fonte de Cadouços, ordenando-se também ao arquiteto que passasse a fazer as precisas averiguações para que no caso de conhecer-se que com esta obra do poço diminui a água da fonte se usar dos meios judiciais".
¶ "Tratando-se de se tomar uma resolução sobre a conveniência ou não conveniência de ser reformada pelo sistema de Macadame a rampa e calçada desde o Largo da Lapa até à Rua da Rainha, foi decidido que se conservasse a calçada segundo o sistema que se acha feito, mediante os reparos de que precisasse, pois que era reconhecido como menos conveniente o sistema de Macadame nas ruas em que havia declive como nesta; foi, contudo, de voto contrário o senhor vereador Ribeiro de Faria".
¶ Discutiu-se e aprovou-se uma postura que proíbe fazer-se nas ruas públicas a descarga do ferro, aço e chumbo ou outro metal, "ou nelas depositar para carregar os referidos metais".
1865-04-27
Deu-se conta de um ofício do governador civil "participando que tinha solicitado do Governo o auxílio dos condutores de trabalhos pedidos pela Câmara em ofício de 21 do corrente: inteirada".
¶ "Outro [do governador civil] remetendo uma proposta do engenheiro construtor Eugénio Gavand acerca do abastecimento de água potável, e oferecendo à Câmara toda a coadjuvação nos limites das suas atribuições para se conseguir este melhoramento: resolveu que fosse remetida a uma comissão composta dos senhores vereadores Visconde de Pereira Machado, Lopes e Martins, para de acordo com o engenheiro civil da Câmara examinarem a proposta e darem o seu parecer".
¶ Ofício "do coronel de Infantaria 18 pedindo que se fizesse um pequeno rebaixe junto à fonte da Lapa, a fim de poder encher uma pipa de água para uso do quartel: resolveu-se que fosse a informar a um dos arquitetos".
¶ "Resolveu-se que se desse ordem ao engenheiro civil da Câmara para mandar fazer ao escultor Almeida Costa [António Almeida da Costa] a lápide comemorativa do nascimento do Visconde de Almeida Garrett, a fim de ser colocado na casa da Rua do Calvário, onde nasceu o grande poeta".
¶ "Sendo reconhecida a conveniência de se proceder à continuação do alinhamento da Rua da Banharia pelo lado do sul, onde já se têm feito algumas expropriações com conformidade da planta aprovada, e sendo necessário expropriar parte do prédio n.º 106 e 108, pertencente a Manuel de Castro, o qual concorda em recuar ao alinhamento mediante a indemnização de 80$000 réis, e considerando a Câmara que este contrato era vantajoso para o Município, deliberou que se enviasse um extrato em duplicado da presente ata ao Conselho do Distrito, a fim de resolver sobre a aprovação da deliberação camarária, sendo esta quantia paga pela verba votada no orçamento para obras eventuais e cortes para alinhamentos de ruas".
¶ Notícia por parte do vice-presidente de que "se achava já aprovado na Câmara (…) o projeto de empréstimo municipal, e (…) achava de maior conveniência que desde já se procurasse dar o maior desenvolvimento às obras indispensáveis".
¶ "Não tendo o Governo de S. M. atendido à representação em que esta municipalidade pedia a reconstrução da estrada do Porto à Foz, resolveu-se que se procedesse aos reparos provisórios indispensáveis na mesma estrada, visto ter sido considerada pela Junta Geral estrada distrital e não ficar por consequência a cargo da Câmara a reconstrução dela para o futuro".