CEPESE CEPESE | CENTRO DE ESTUDOS DA POPULAÇÃO, ECONOMIA E SOCIEDADE

A Câmara Municipal do Porto e a construção do espaço urbano da cidade (1820-1860)


1 | 2 | 3 | 9 | A | B | C | D | E | F | G | H | I | L | M | N | O | P | Q | R | S | T | V | W


Vila Parda, Fonte
1837-08-19
Portaria do Ministério do Reino exigindo que a Câmara remeta o documento original ou cópia autêntica do deferimento que Sua Majestade Imperial o Duque de Bragança deu em 1833 à Comissão Municipal sobre a abertura da rua que de Santo Elói vá desembocar à Rua das Flores. Mandou-se remeter cópia.
¶ O Presidente propôs a necessidade da mudança do aqueduto e fonte de Vila Parda, não só porque, sendo a água muito boa, se tornava insalubre em razão de passar o aqueduto por baixo das casas dos particulares e junto às cloacas deles, mas também porque, existindo o projeto de uma nova rua pelo sítio onde se achava a fonte, convinha mudar-se, tanto o aqueduto como a fonte, vindo aquele pela rua, e, esta, colocar-se em um dos ângulos dos campos fronteiros ao sítio em que ela se acha, comprando-se terreno suficiente. Foi aprovado unanimemente e deliberou dar-se começo à obra segundo as circunstâncias do cofre. Propôs também a necessidade de se mandarem compor os tanques das fontes da Rua de Almada, que se achavam bastante arruinados, o que foi igualmente aprovado.
¶ Deliberou-se que o arquiteto fosse obrigado a fazer duas plantas, uma para ficar no arquivo e outra na mão do mestre da obra, isto, quanto às obras públicas.
1848-12-13
Deliberou-se que gradualmente se pusessem a lanços as obras públicas do Município, designando-se desde logo a obra do calcetamento e aqueduto da rua desde o Largo de Santo António do Bonjardim até ao Chafariz de Vila Parda, para ser arrematada a quem por menos a fizesse, recomendando-se aos mestres das obras públicas que confecionassem as condições para a obra, designando-se o dia 27 do corrente para a arrematação.
¶ Oficiou-se ao governador civil para que "fosse permitido o enterramento de cadáveres nos claustros do Colégio dos Órfãos, visto ser o produto dos enterramentos a primeira verba de receita daquele estabelecimento" para sustento, educação e ensino dos alunos, concedendo-se a faculdade referida a exemplo do que a outras corporações tem sido praticado, pois, de outro modo, a Câmara "se veria no apuro de fechar aquele estabelecimento, declarando-lhe, por esta ocasião, que os enterramentos que ali se faziam, eram, com pequenas exceções, de cadáveres de anjinhos".
¶ Em resultado da vistoria a que se procedeu no dia 11 do corrente no sítio de Fradelos, sobre o cano de despejo de águas de enxurro e da fábrica de sola de Luciano Simões de Carvalho, que, da parede de seu prédio, Quinta do Castelo, desaguava sobre o terreno público, produzindo exalações insalubres, deliberou-se que o dito Luciano Simões de Carvalho fizesse um aqueduto desde a sua testada, a desembocar na viela, capeado por cima, tirando toda a comunicação com as águas do lavadouro, e mais deliberou que em todo o cumprimento da viela se fizesse um rego escoante de todas as vertentes, sendo a despesa feita entre o dito Luciano e a Câmara.