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Emigração portuguesa contemporânea e o Estado: uma Nação dispersa, um Estado longínquo

José Carlos MarquesPedro Góis
2014
18 páginas

Portugal é um país de emigração que, afinal, nunca deixou de ser mesmo quando se tornou um país de imigração. Este artigo mostra que, às diferentes vagas migratórias ao longo dos últimos 30 anos para destinos tradicionais, se juntou o aparecimento de novos destinos migratórios de natureza temporária ou permanente numa dinâmica migratória assinalável. A emigração portuguesa atual está mais dispersa geograficamente e é mais diversa quanto aos perfis dos emigrantes. No que se refere à geometria sistémica das migrações portuguesas, ao longo da última década, a integração no sistema migratório europeu e a intensificação da participação, enquanto país emissor, no designado sistema migratório lusófono sublinhou a semiperiferia de Portugal no sistema migratório mundial. A análise da forma como o Estado português se procura relacionar com os portugueses não residentes no território nacional permite, no entanto, defender que a maioria das políticas de vinculação adotadas pelo Estado português assentam ainda na imagem da emigração dos anos 60 e inícios dos anos 70 não se tendo adequado a esta evolução sociológica dos emigrantes e à geopolítica dos destinos migratórios.


Palavras-chave: emigração; políticas migratórias; sistema migratório; políticas de vinculação; cidadania externa