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A Santa Casa da Misericórdia de Arganil. Subsídios para a sua história

Regina Anacleto
2011
20 páginas

No século XVII, a confraria de Nossa Senhora da Conceição, com sede na igreja matriz de Arganil, funcionava já sob o estatuto das misericórdias, submetendo ao rei o reconhecimento do seu primeiro compromisso. D. João IV aprovou-o a 6 de Junho 1647. A eleição da primeira mesa ocorreu a 2 de Julho de 1651, tendo ocupado o cargo de provedor Pedro da Fonseca.

A capela da casa solarenga que a família Fonseca possuía na vila deve ter servido de sede à Misericórdia nascente e acabou por entrar na posse do estabelecimento assistencial. O pequeno templo foi sendo sucessivamente aumentado, remodelado, enriquecido com mobiliário apropriado e devidamente adornado com diversas e valiosas alfaias relacionadas com a “decência” do culto.

Entretanto, em 1879, morreu, em Coimbra e sem descendência, a condessa das Canas, derradeira sobrevivente da família Melo de Bulhões, ligada geracionalmente ao primeiro provedor. Na sequência de um “Auto de lembrança” escrito por um seu antepassado, D. Maria Isabel legou uma parte vultuosa da sua fortuna à instituição arganilense, com a condição expressa de, na sua casa nobre, ser fundado um hospital. Quarenta e quatro anos depois do seu passamento, num processo que envolveu a Santa Casa e os arganilenses, tanto os residentes no concelho, como os espalhados pela capital, pelo Brasil e pela América, apoiados pelo jornal A Comarca de Arganil, foi resolvido erguer um monumento que perpetuasse o gesto benemerente da velha titular. João Machado encarregou-se de o esculpir e o paisagista Jacinto de Matos responsabilizou-se pela feitura do jardim onde aquele seria colocado.


Palavras-chave: Misericórdia, Arganil, Condessa das Canas