CEPESE CEPESE | CENTRO DE ESTUDOS DA POPULAÇÃO, ECONOMIA E SOCIEDADE

O Brasil e a Companhia do Alto Douro (1756-1825)

Fernando de Sousa
2008
14 páginas

Neste trabalho vamos tratar das relações entre a Companhia e o Brasil, entre 1756, ou seja, o ano da sua fundação, e 1825, o ano da normalização das relações diplomáticas com o Brasil, tornado independente em 1822. De entre os vários privilégios concedidos à Companhia, destaca-se o monopólio do comércio exclusivo de todos os vinhos, aguardentes e vinagres exportados pela barra do Douro para as capitanias de São Paulo, Rio de Janeiro, Baía e Pernambuco, comércio esse que, até 1755-1756, se encontrava dominado pelos ingleses e negociantes seus associados mas que, com a fundação da Companhia do Grão-Pará e Maranhão (6 de Junho de 1755), a abolição dos comissários volantes no Brasil (lei de 6 de Dezembro de 1755, reiterada pela lei de 7 de Março de 1760) e a criação da Companhia Geral da Agricultura das Vinhas do Alto Douro, vai passar a estar nas mãos da alta burguesia portuguesa de negócios. A Companhia detinha, em regime exclusivo, o comércio de vinhos, aguardentes e vinagres que se carregavam na cidade do Porto e saíssem pela sua alfândega para o Brasil, o qual se veio a tornar num importante mercado de escoamento dos vinhos do Alto Douro, o mais importante ramo dos seus negócios durante as duas primeiras décadas da sua existência, mas não como alguns historiadores pretendem, o sector mais lucrativo da actividade desenvolvida por aquela Empresa.