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A Câmara Municipal do Porto e a construção do espaço urbano da cidade (1820-1860)


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Kopke, Joaquim Augusto
1842-02-26
O vereador Kopke fez saber à Câmara que uma comissão de estrangeiros pretendia encarregar-se de dar impulso ao estabelecimento de um Asilo de Mendicidade nesta cidade e que, para este efeito, tendo de fazer as suas reuniões, solicitava uma das salas dos Paços do Concelho para dar começo aos seus trabalhos, para o que incumbia o mesmo vereador de solicitar esta concessão. Deliberou-se, unanimemente, que fosse franqueada à dita Comissão uma das salas, encarregando o vereador de fazer saber a essa comissão que a Câmara coadjuvará os seus trabalhos quanto couber nos limites das suas atribuições.
1842-03-02
Ofício para que a Câmara fizesse demolir a barraca de pau construída por Agostinho Pinto Tapada no Cais dos Guindais, cassando-se imediatamente qualquer autorização que, para tal efeito, haja concedido, tendo em vista o decreto de 21 de dezembro de 1840. Deliberou-se oficiar-se ao juiz eleito de S. Nicolau para intimar o dito Tapada a fim de demolir a dita barraca no prazo de 24 horas, aliás, ser ela demolida pelos operários da Câmara.
¶ O vereador Kopke deu conta à Câmara de haver comunicado à comissão dos estrangeiros a resolução da sessão precedente, o qual o incumbia de agradecer à Câmara.
¶ Deliberou-se mandar levantar a planta da linha curva ou meia-laranja na Rua de Santa Catarina que devia vigorar de hoje em diante, desprezando-se a planta de linha reta mandada levantar pela Câmara de 1840, atendendo ao gravíssimo prejuízo particular que os proprietários daquela parte da rua sofriam no caso de se pretender levar a efeito a mesma linha reta, também porque a linha curva ou meia-laranja nenhuma deformidade causava ao prospeto público.
1842-04-20
Ofício do vereador Caldas Guimarães, remetendo um requerimento dos proprietários do Mercado do Anjo. Este requerimento foi entregue ao vereador Kopke para, sobre ele, informar, visto que em seu poder tinha um outro, cuja matéria era conexa com a deste. Igualmente lhe foi entregue o requerimento de vários moradores e proprietários do Largo da Feira de S. Bento, Rua das Flores, do Loureiro, e outras, que requeriam para se conceder que o mercado de hortaliças e frutas, que existia junto às escadas do Convento das Religiosas de S. Bento fosse novamente mandado transferir para aquele local. Todos estes requerimentos deviam ser decididos conjuntamente.
¶ Ofício do juiz eleito de Cedofeita pedindo providências sobre o encanamento da água da Fonte da Rua 9 de Julho e extravio da água. Respondeu-se que a Câmara tomaria as informações e providências necessárias convenientemente.
1842-09-07
Autorizou-se o Presidente Interino, Joaquim Augusto Kopke, para mandar vir de Inglaterra um lampião de novo modelo e uma porção de matéria combustível com que ali se faz a iluminação pública, para se experimentar a melhoria da mesma iluminação, considerada como a melhor e menos dispendiosa que a de azeite de peixe.
1842-10-05
Ofício fazendo constar o haver o Conselho de Distrito autorizado o contrato ajustado entre a Câmara e Tadeu António de Faria, para se levar a efeito a conclusão da Rua Firmeza, com as condições expressas no ofício da Câmara de 15 de setembro último.
¶ Do 2.º Batalhão, participando haver sido mandado desocupar a parte do edifício do extinto Convento dos Congregados, vendo-se por isso na necessidade de alugar uma sala pela quantia de 1200 réis mensais, para nela estabelecer a secretaria para que necessitava da aprovação da Câmara. Autorizou-se o aluguer interinamente e enquanto se não determinasse o contrário.
¶ Por proposta do vereador Kopke se mandou relaxar o embargo feito na obra da mina de António Alves da Cunha, em Massarelos, oficiando-se a esse fim ao juiz eleito, e isto pela razão de se conhecer pelos exames que a Câmara mandou fazer pelo arquiteto da cidade com assistência do vereador fiscal e pela planta tirada pelo mesmo, que a referida obra da mina não prejudicava a fonte pública denominada a Fonte da Moura, enquanto for na sua atual direção.
1842-11-16
Ofício do governador civil, fazendo constar a inconveniência de se continuar a conservar a estação da Guarda Municipal de Massarelos no sítio em que até agora se encontrava e a necessidade de ser transferida para outro local, como o da praia junto ao cais, como se conhecera do acordo entre o administrador do bairro e o vereador fiscal. O vereador Kopke declarou que, achando-se agora estacionada a referida guarda junto ao muro da sua propriedade de Massarelos, cumpria-lhe, como simples particular, declarar que suposto consentisse por enquanto na estação da guarda naquele local, todavia não julgava dever prescindir de qualquer reclamação futura, logo que a casa da guarda deixasse de ter a aplicação que tem hoje.
1843-05-31
Ofício do governador civil Interino, convidando o Presidente para que, como membro nato do Conselho Geral de Beneficência neste Distrito, houvesse de comparecer naquele Governo Civil no dia 26 deste mês, ao meio-dia, para em conferência se tomarem as primeiras medidas para se dar impulso ao Asilo de Mendicidade. O Presidente declarou haver comparecido à mencionada conferência.
¶ Do 2.º bibliotecário, dando conta do mau estado em que se achava o pátio e arcaria que dá entrada para o edifício da biblioteca que, por imunda, se tornava escandaloso a quem frequentava e visitava aquele estabelecimento. O vereador Kopke confirmou a verdade desta exposição, deliberando-se oficiar ao comandante da Guarda Municipal participando-lhe que, tencionando a Câmara remover dali todo e qualquer depósito de imundice, esperava que ele desse à guarda estacionada naquele local as mais terminantes ordens a proibir que, de agora em diante, continue a haver depósitos de imundices com descrédito do estabelecimento. Da mesma forma se oficiou ao diretor Interino da Academia de Belas Artes, para que admoestasse os alunos que a frequentam a não depositar imundices no mencionado local.
¶ Deliberou-se pôr em arrematação no dia 7 de junho a obra do tanque dentro do arco do paredão da Rua dos Fogueteiros, de modo a servir de depósito para incêndios. Igualmente se deliberou arrematar-se, a quem por menos o fizesse, a conservação da calçada e passeios da Rua das Flores.
¶ O vereador Campos Viana deu conta do jardineiro não ter cumprido as condições do contrato, abandonando o tratamento do jardim público e a conservação dos arvoredos. Deliberou-se que se fizesse constar ao mesmo jardineiro que o contrato estava findo, e que se pusesse novamente em praça no dia 7 de junho a conservação do jardim e arvoredos, com as mesmas condições.
1843-06-17
Ofício para que se representasse ao Governo Civil, pedindo providências sobre a extração da areia amontoada no cais da Ribeira, visto ser aquele local, como terreno marginal do rio, pertença da Fazenda Nacional, considerando-se que desta obstrução do caminho público resultavam graves inconvenientes, de que os moradores próximos se tinham queixado, sem que a Câmara os pudesse atender, por não ser da sua competência.
¶ O vereador Kopke requereu se procedesse a vistoria no edifício da Biblioteca, ponderando a necessidade de se fazer uma parede, a fim de obstar a que a Biblioteca pudesse ser roubada. A Câmara anuiu e resolveu proceder à vistoria no dia 21 do corrente.
1844-05-15
Recebe-se uma circular para que a Câmara "tenha muito em vista para a conservação e construção das estradas e caminhos do concelho as ideias publicadas pelo Barão de Eschwege, de que remetia um opúsculo".
¶ Ofício do Conde de Claranges Lucotte, participando que ia dar começo aos trabalhos da estrada do Porto a Guimarães, a principiar da linha das barreiras.
¶ Achando-se contratada a compra da propriedade de casas n.º 49 e 50, sita no Largo do Anjo, pela quantia de 1:700$000, deliberou-se dirigir-se um ofício ao governador civil para, em Conselho de Distrito, se conceder a autorização para levar a efeito o contrato da compra.
¶ Autorizou-se o vereador Kopke a contratar com Mr. Goullard a calçada, pelo sistema de macadame asfaltado, da Rua Nova de S. João, desde a Ribeira até à Rua Nova dos Ingleses.
1844-07-17
Autorizou-se o vereador Kopke para mandar fazer os bancos de ferro necessários para serem colocados na Praça de D. Pedro.
¶ Foi presente o parecer da comissão encarregue de examinar o estado das bombas e utensílios pertencentes à Companhia dos Incêndios, não havendo na Foz bomba alguma. Nas casas de arrecadação, a dos Paços do Concelho era soalhada, mas o soalho acha-se todo podre e de tal forma esburacado que será difícil tirar as bombas da Companhia de Segurança ali recolhidas. Exige um ladrilho de pedra e a do Colégio dos Órfãos também carece de reparos.
1844-10-16
Ofício de Francisco Inácio Pereira Rubião, expondo o equivoco que houvera no preço da arrematação das grades da Praça de D. Pedro. Deliberou-se responder que não houvera equívoco, antes ele se achava iludido, não só porque o termo de arrematação era bem claro, como também porque cada um dos vereadores individualmente estavam certos que o preço era o que constava do auto, "especialmente o vereador Kopke que, apesar de ser dono da fábrica de metais, asseverava esta verdade".